Opinião
O importante papel do jornal de papel
Por Evoti Leal
Barbeiro e escritor
Em setembro de 2001 deixei Pelotas para construir uma nova vida na bela capital do Paraná.
Ao retornar, 22 anos depois, dou-me conta de que nunca mais tive o prazer de ler um jornal impresso. Salvo em raríssimas ocasiões. E nas poucas vezes que o fiz, estranhei demais. A começar pelo tamanho e formato do mesmo. Era tão comprido, que chegava a ser incômodo. Diverso do modelo tablóide, que facilita o manuseio e a leitura, tornando estas práticas menos cansativas.
Além disso, por tratar-se de uma mega metrópole, com várias cidades satélites compondo um cenário pouco familiar para mim, aquelas páginas não me prendiam a atenção. Assim, acabei perdendo por completo o hábito de ler jornal.
Passei a ter o mundo diante dos meus olhos por outros meios, porém nunca mais soube quão bom é ter a cidade onde moro em minhas mãos.
Faz pouco mais de um mês que voltei a assinar o DP e, aos poucos, fui redescobrindo esta satisfação de ler um jornal feito de papel e, melhor ainda, no tamanho certo e com qualidade.
Não são só notícias, o que o Diário Popular nos oferece de atrativo em suas edições. Ele informa sobre eventos e fatos que ocorreram, estão ocorrendo, ou ocorrerão na cidade. Também dá espaço a opiniões e comentários sobre esses mesmos fatos e eventos, como sobre os mais diversos assuntos, ao gosto de quem nele escreve, o que torna a sua leitura um tanto mais interessante.
Com o advento da Internet, cheio de opções para o consumo de informações, muitas empresas jornalísticas cerraram as portas, ou simplesmente aderiram ao "virtualismo" reinante nesta, que já é conhecida como a era digital.
O nosso Diário Popular, fundado no ano de 1890, há 133 anos, portanto, segue firme e forte, retratando a nossa Princesa do Sul, com seus pontos positivos e negativos, mostrando ao seu próprio povo o que está bom e o que está ruim, o que há de errado ou certo, o que não tem jeito e o que falta e pode ser melhorado. É um Jornal que promove campanhas, desfere alertas, divulga e aplaude as boas iniciativas locais, culturais, empresariais e populares que movimentam a cidade e adjacências.
Por isso é que dá tanto prazer em lê-lo todos os dias, deglutindo, sem pressa, as matérias nele impressas.
Cada leitor busca os assuntos e tópicos que mais lhe interessam, sem se deter naqueles que não lhe falam diretamente ao coração ou a interesses pessoais. O que uns descartam, a outros pode ser de crucial importância. São várias as sessões, os cadernos, as colunas, as páginas, a oferecerem, para uns, o entretenimento, para outros, o conhecimento, a reflexão, o contraponto, a curiosidade, o esclarecimento.
É este o importante papel do jornal de papel, que a gente pode guardar, recortar e recordar, qual fosse um documento histórico. E muitas vezes o é, deveras.
Outros meios, tidos por mais dinâmicos, colocam o mundo diante dos nossos olhos, salientando o que nele há de pior. Já este, de que estou falando, nos traz às mãos um mapa completo do que movimenta a cidade em que vivemos e nos movemos.
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